Curtinhas - vídeos e textos

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Da manjedoura a cruz

A trajetória do Cristo, em Espírito, é insondável para os sentidos humanos. Sua trajetória terrena, no entanto, é um laboratório repleto de ensinamentos.

Jesus “estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio Dele, mas o mundo não o conheceu”. O mundo que não o conheceu é o mundo que predomina na Terra.

Vinicius (Pedro de Camargo), em sua brilhante interpretação do Evangelho, nos diz que na manjedoura Jesus nasceu entre animais pacíficos e singelos pastores. No mundo viveu entre os infelizes e na Cruz, morreu entre ladrões. Por que é tão expressivo a Sua trajetória? 

Em 2024, os 10 homens mais ricos possuem fortunas avaliadas acima de 100 bilhões de dólares. Fortunas maiores do que o PIB (Produto Interno Bruto, indicador que mede a produção de riqueza) de alguns países.

Para o mundo, essa riqueza significa o apogeu da superação de suas dificuldades, principalmente porque seus empreendimentos nasceram a partir de uma “garagem”. Há, porém, uma diferença entre a “psicologia positiva” e a “positividade tóxica”. A psicologia positiva (Harvard) é um convite a superação das dificuldades a partir do autoconhecimento, ou seja, quanto mais me conheço e sei do meu potencial, mais observo os reveses da vida como oportunidade para crescer e colocar em prática tudo que aprendo. A positividade tóxica é a negação de sentimentos e emoções para se vestir uma roupagem fictícia de indivíduo “feliz” o tempo todo.

Para o mundo, o “guia e modelo” da humanidade não é o que nasceu na manjedoura, viveu entre os infelizes e foi crucificado entre ladrões. É aquele que sozinho é capaz de possuir mais riqueza na atualidade do que o homem mais rico que já existiu (Salomão e tudo que ele representa...).

O avanço da tecnologia tem sido uma bênção, levando possibilidades de melhoria à população, entretanto, o homem ainda não é capaz de utilizar seu potencial para reduzir a pobreza, melhorar a saúde pública, levar saneamento básico e criar meios de produção capazes de inserir na sociedade os infelizes, idosos, e demais indefesos e marginalizados.

Até quando será tratado como normal e objeto de desejo a progressão egoísta do ser humano?

Assistam o vídeo no canal da Sala de Estudos Allan Kardec no YouTube
Na construção do bem

Há uma frase atribuída ao escritor americano Henry David Thoreau (1817 - 1862), que diz, “para cada mil homens dedicados a cortar as folhas do mal, há apenas um atacando as raízes.”

É comum identificar ações menos nobres e, a partir delas, agir como o bombeiro, apagando incêndios causados por muitos dissabores, ainda que existam dúvidas quanto a eficácia de tais ações.

Excetuando aqueles indivíduos que agem movidos pelo mal, uma grande massa é movida pela ignorância, seja por não conhecer as regras ou por não aceita-las da forma como a vida apresenta.

O fato é que a construção do bem, passa, necessariamente, por uma busca intensa na identificação das raízes, da causa motivadora daqueles gestos menos felizes.

Para tanto, Emmanuel, pelas mãos maviosas de Francisco Cândido Xavier, apresentou singelo roteiro que pode ser um estímulo na construção do bem:

  • se já percebestes a importância do bem, trabalha e não desanimes”.

Quando os Espíritos informam que é para trabalhar e não desanimar, isso não exime o trabalhador de pensar os seus esforços. Segundo os Espíritos Superiores em O LE, trabalho é “toda ocupação ÚTIL”. Será que a quantidade de “likes”, horas de exposição, horas de “estudo”, quantidades de “atendimentos fraternos”, “sopas servidas”, visitas a lares e hospitais, passes aplicados, participação em reuniões mediúnicas, são garantias de trabalho “no bem”? Essa ocupação do tempo pode ser caracterizada como “fuga” de outras frentes que reclamam atenção e poderiam ser mais úteis ao seu desenvolvimento espiritual. Por que? Porque muitas vezes me sinto melhor fazendo essas atividades, ocupando a maior parte do tempo que poderia ser dedicado ao enfrentamento das dificuldades na família, no lar, no trabalho, na sociedade de um modo geral. Nesse sentido, não é a quantidade de horas dedicadas que define a construção do bem e sim a intensidade com que se dedica a cada tarefa. O compromisso com a tarefa é o compromisso da renovação interior, da renovação própria do ser.

  • “Se alguém te fere, desculpa e esquece, lembrando que o espinho que dilacera não tem a contextura da flor.”

Sabe-se, à exaustão, que o egoísmo e o orgulho são ardilosos e por isso, algumas pessoas invigilantes se aproveitam e estendem seus fios tendenciosos de maldade a procura de fazer com o outro o que um dia foi motivo de dores para eles mesmos. A ignorância, no sentido de desconhecimento, faz com que o agredido, se torne um potencial agressor. O ofendido, um potencial ofensor; um enfermo da alma, em potencial obsessor.

Sabendo disso, desculpar as maldades é importante para que esses “fios de maldade” não permaneçam em nossas vidas. Esquecer, entretanto, requer um esforço a mais.

Enquanto você não desculpar, você não esquece. Esse exercício pode ser agravado quando você convive com a pessoa que diuturnamente comete os mesmos erros que o afligem e foram objeto do desentendimento, o que agrava o quadro ante o esquecimento daquela ferida aberta.

Até você desculpar, plenamente, um passo importante é não deixar sua ferida exposta para que outros vejam. Aprenda a olhar para dentro de si e tentar encontrar os motivos que levaram àquela situação e se você pode fazer diferente daqui para frente. Desculpar é o início da jornada do Perdão, uma das virtudes mais sublimes, porque pertencem ao rol das Caridades.  O primeiro passo, no entanto, pode parecer que não nos leva a nenhum lugar, mas é libertador. Confiar, ter fé e seguir adiante.

André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, possui um texto reflexivo intitulado “dez mandamentos de amar a si mesmo” e esse pode ser um início importante para conseguirmos avançar em nossos propósitos de sermos felizes.

  • Disciplinar os próprios impulsos
  • Trabalhar, produzindo o melhor que puder
  • Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros
  • Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação
  • Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas
  • Evitar as conversações inúteis
  • Receber no sofrimento o processo de nossa educação
  • Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem
  • Ajudar a todos sem exigir qualquer pagamento de gratidão
  • Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias
Lembrando que essas reflexões do André Luiz, não são "receitas de bolo", mas passos reflexivos para uma autoanálise edificante!

Assistam o vídeo no canal da Sala de Estudos Allan Kardec no YouTube!

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