Ser livre pensador é, não apenas importante, mas essencial,
para o Espírita compreender melhor os ensinamentos do Espiritismo. O livre
exame e a liberdade de consciência são pilares que podem ser compreendidos
pelos estudos da obra maviosa de Allan Kardec.
Um livre pensador é aquele que analisa criticamente as
informações e ideias doutrinárias e que surgem no meio espírita, buscando o
embasamento racional e lógico no desenvolvimento do conhecimento.
Ser livre pensador é ainda aquele capaz de formar suas
próprias convicções, por meio do estudo, da reflexão e da experiência pessoal,
sem submissão cega a dogmas ou autoridades.
Ser livre pensador é questionar, investigar e buscar respostas,
sem medo de desafiar crenças preestabelecidas, inclusive aquelas praticadas
pelos Espíritas, que não correspondem com os ensinamentos das obras
doutrinárias, fundamentais e subsidiárias, mantendo a distinção e o respeito
entre o conteúdo e o portador.
Ser livre pensador é manter a mente aberta a novas ideias e
perspectivas, reconhecendo que estamos progredindo em relação a compreensão do
conteúdo doutrinário, da ciência e do conhecimento, de um modo geral, sobre a
vida e as circunstâncias que nos envolvem.
Ser livre pensador é ser tolerante com as diferentes visões
dentro do próprio movimento espírita, respeitando a diversidade de pensamentos
e interpretações, não obstante buscando, pela razão e a lógica, conduzir-se de maneira
fraterna e firme ante interpretações e ideias totalmente intrusas ao Espiritismo.
Assim sendo, poderíamos compreender que o Espiritismo
incentiva o livre pensamento como forma de se evitar o dogmatismo e a
superstição que podem deturpar os ensinamentos doutrinários, sejam eles ditados
pelos espíritos ou difundidos pelos espíritas; auxilia a promover o crescimento
individual e a autonomia moral, pois cada indivíduo deve ser capaz de tomar suas
próprias decisões éticas e doutrinárias; e contribui para o aprimoramento da
própria doutrina, por meio do debate de ideias e da busca por novos
conhecimentos.
Por isso, ser livre pensador, não significa negar princípios
doutrinários, desrespeitando os ensinamentos dos Espíritos Superiores que
tutelaram os trabalhos de Allan Kardec e dos trabalhadores responsáveis pelas
obras que são consideradas subsidiárias, adotando postura cética, no sentido de
falta de crença e dúvida. Pelo contrário! O livre pensamento deve ser utilizado
como “ferramenta” para aprofundar a compreensão dos princípios espíritas por
meio de análises críticas e da busca por novas perspectivas; viver de forma
mais autêntica e coerente com os próprios valores, tomando decisões conscientes
e responsáveis; e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e
fraterna, baseada nos princípios morais doutrinários compreendidos.
Portanto, ser espírita livre pensador é trabalhar pelo desenvolvimento individual, aplicando os ensinamentos doutrinários de forma crítica, sobretudo trabalhando pela autotransformação e contribuindo com a divulgação daquilo que possa ser mais próximo das interpretações doutrinárias edificantes.
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