A expressão mais completa de caridade, porque
resume os deveres do indivíduo para com o outro, é amar o próximo como a
si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós,
assevera Allan Kardec em o Evangelho Segundo o Espiritismo.
Se assim não fosse, como poderíamos exigir do nosso próximo
comportamento mais fraterno, compreensivo e benevolente, do que aquele que adotamos?
Os dias em que Jesus viveu na Terra, foram marcados por
violência de toda ordem. Nos dizeres do Espírito Joana de Angelis, pela
psicografia de Divaldo P. Franco, eram dias “primitivos e cruéis”. Por isso sua
trajetória de luz se fez notar em todos os cantos do orbe: Jesus agiu de forma
muito diferente do comportamento vigente e isso remete à passagem do Evangelho narrado
por João, capítulo 18, versículo 36: “meu reino não é deste mundo”.
Jesus, diante dos flagelos da humanidade (egoísmo e orgulho),
agiu como Aquele que exemplifica o caminho a seguir, por isso os Espíritos
Superiores disseram que Ele é o “modelo e guia da humanidade”.
É Jesus o responsável por ensinamentos capazes de auxiliar o
ser humano a transformar impulsos em sentimentos; atavismos em
atividades lúcidas; heranças dominadoras em aquisições plenas; instintos
arraigados em emoções harmônicas; hábitos estratificados em realizações
edificantes; enfim, tendências inferiores em aspirações elevadas,
segundo Joana de Angelis.
Por “aspirações” podemos entender, de acordo com o
dicionário, uma vontade imensa de conseguir alguma coisa. Corroborando
com essa definição, Emmanuel no livro Pensamento e Vida define a “vontade”
como gestora que exerce autoridade e poder sobre os demais “departamentos” da
mente. Vontade firme e direcionada aos ensinamentos superiores, representam
aspirações elevadas que podem ser praticadas todas as vezes em que o indivíduo
se vê em situação de desconforto espiritual e emocional, com tristeza renitente.
Um dos diversos caminhos a trilhar seria por meio da prece, meditação,
reflexões íntimas de cunho elevado em busca de respostas para os desafios da
vida.
Por isso Jesus sempre agiu de forma compreensiva, sem, porém,
poupar energia diante da importância de cada evento ou situação. Com Jesus o
amor não se melindra e nem se ofende, porque com Jesus não é necessário
reservas para se abrir o coração e confiar nos desígnios superiores da vida.
O amor liberta, pois permite que possamos enxergar a pessoa
como realmente é e isso é profundamente confortador. O amor não se prende às
situações adversas transitórias, porque ele é a ponte que nos une a uma vida
futura melhor, compreensiva, que age com benevolência diante da rebeldia
recalcitrante.
Por fim, destacamos a libertação pelo amor a partir das necessidades humanas. Jesus encarnou em uma época em que as mulheres eram consideradas “espólio” dos homens, sendo maltratadas e desrespeitadas continuamente. Quando os pobres e enfermos foram considerados desprotegidos e relegados pela sociedade, Jesus os exaltou pelas bem aventuranças. Nunca se apartou dos doentes e odiados, atribuindo valor pelas atitudes, como no exemplo do bom samaritano. Jesus enfrentou as "autoridades" da época com sabedoria, parcimônia e serenidade.
Por tudo isso, amar representa a libertação das amarras que prendem o homem velho ao passado de culpas e ressentimentos, ampliando seus horizontes, como ser a caminho da luz. Amemos sem comparar. Amemos sem parar. Mas e o que é o amar, se não o servir ao próximo, fazendo com ele o que desejaríamos fosse feito conosco?
Para pensar!
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