Há uma frase atribuída ao escritor americano
Henry David Thoreau (1817 - 1862), que diz, “para cada mil homens
dedicados a cortar as folhas do mal, há apenas um atacando as raízes.”
É comum identificar ações menos
nobres e, a partir delas, agir como o bombeiro, apagando incêndios causados por
muitos dissabores, ainda que existam dúvidas quanto a eficácia de tais ações.
Excetuando aqueles indivíduos que
agem movidos pelo mal, uma grande massa é movida pela ignorância, seja por não
conhecer as regras ou por não aceita-las da forma como a vida apresenta.
O fato é que a construção do bem,
passa, necessariamente, por uma busca intensa na identificação das raízes, da
causa motivadora daqueles gestos menos felizes.
Para tanto, Emmanuel, pelas mãos
maviosas de Francisco Cândido Xavier, apresentou singelo roteiro que pode ser
um estímulo na construção do bem:
- “se já percebestes a importância
do bem, trabalha e não desanimes”.
Quando os Espíritos informam que é
para trabalhar e não desanimar, isso não exime o trabalhador de pensar os seus
esforços. Segundo os Espíritos Superiores em O LE, trabalho é “toda ocupação
ÚTIL”. Será que a quantidade de “likes”, horas de exposição, horas de
“estudo”, quantidades de “atendimentos fraternos”, “sopas servidas”, visitas a
lares e hospitais, passes aplicados, participação em reuniões mediúnicas, são
garantias de trabalho “no bem”? Essa ocupação do tempo pode ser caracterizada como
“fuga” de outras frentes que reclamam atenção e poderiam ser mais úteis ao seu
desenvolvimento espiritual. Por que? Porque muitas vezes me sinto melhor
fazendo essas atividades, ocupando a maior parte do tempo que poderia ser
dedicado ao enfrentamento das dificuldades na família, no lar, no trabalho, na
sociedade de um modo geral. Nesse sentido, não é a quantidade de horas
dedicadas que define a construção do bem e sim a intensidade com que se dedica
a cada tarefa. O compromisso com a tarefa é o compromisso da renovação
interior, da renovação própria do ser.
- “Se alguém te fere, desculpa e esquece, lembrando que o espinho que dilacera não tem a contextura da flor.”
Sabe-se, à exaustão, que o egoísmo
e o orgulho são ardilosos e por isso, algumas pessoas invigilantes se aproveitam
e estendem seus fios tendenciosos de maldade a procura de fazer com o outro o
que um dia foi motivo de dores para eles mesmos. A ignorância, no sentido de desconhecimento,
faz com que o agredido, se torne um potencial agressor. O ofendido, um
potencial ofensor; um enfermo da alma, em potencial obsessor.
Sabendo disso, desculpar as
maldades é importante para que esses “fios de maldade” não permaneçam em nossas
vidas. Esquecer, entretanto, requer um esforço a mais.
Enquanto você não desculpar, você
não esquece. Esse exercício pode ser agravado quando você convive com a pessoa
que diuturnamente comete os mesmos erros que o afligem e foram objeto do
desentendimento, o que agrava o quadro ante o esquecimento daquela ferida
aberta.
Até você desculpar, plenamente, um
passo importante é não deixar sua ferida exposta para que outros vejam. Aprenda
a olhar para dentro de si e tentar encontrar os motivos que levaram àquela
situação e se você pode fazer diferente daqui para frente. Desculpar é o início
da jornada do Perdão, uma das virtudes mais sublimes, porque pertencem ao rol
das Caridades. O primeiro passo, no
entanto, pode parecer que não nos leva a nenhum lugar, mas é libertador.
Confiar, ter fé e seguir adiante.
André Luiz, pela psicografia de
Chico Xavier, possui um texto reflexivo intitulado “dez mandamentos de amar
a si mesmo” e esse pode ser um início importante para conseguirmos avançar
em nossos propósitos de sermos felizes.
- Disciplinar os próprios impulsos
- Trabalhar, produzindo o melhor que puder
- Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros
- Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação
- Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas
- Evitar as conversações inúteis
- Receber no sofrimento o processo de nossa educação
- Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem
- Ajudar a todos sem exigir qualquer pagamento de gratidão
- Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias
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