Invocação - Rubens Romanelli

Senhor,

Inundas-me no esplendor de tua luz
e, contudo, cego, não Te vejo.

Falas-me na eloquência de teu verbo
e, no entanto, surdo, não Te ouço.

Abrasas-me na ardência de teu amor
e, todavia, insensível, não Te sinto.

Oh! Estranha contradição!
Tu, bem perto de mim,
e eu, tão longe de Ti!

Desvela-me, Senhor, os olhos, cegos de orgulho;
abre-me os ouvidos, surdos de vaidade,
e sensibiliza-me o coração, duro de maldade,
para que eu descubra tua divina presença
na intimidade de meu ser!

(ROMANELLI, R. O primado do Espírito, 5a ed., Rio de Janeiro. Lachâtre, 2011)

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